Estudo confronta pessoas com a hipótese de serem substituídas por robôs ou por outros humanos. Quem será que elas preferem?
A relação entre humanos e robôs já não é mais fictícia há um tempo e, com isso, os dilemas que envolvem pessoas e máquinas não são mais apenas hipotéticos. Por exemplo, já tratamos aqui de uma pesquisa que confrontava os entrevistados com um dilema moral envolvendo a decisão de sacrificar um indivíduo para garantir a vida de um grupo, no qual muitos optaram por salvar um robô cheio de predicados positivos em detrimento de humanos anônimos.
Quando a atuação das máquinas inteligentes impacta o mundo profissional, surgem outras tantas questões. Estimativas dizem que, até 2030, de 400 a 800 milhões de empregos devem ser substituídos pela automação. A partir desse cenário, especialistas se apressam em listar formas de se adaptar à transformação iminente do mercado sem ficar desempregado.
Um novo estudo, publicado recentemente no Nature, trouxe mais informações sobre esse assunto e destacou como trata-se de uma situação cheia de dilemas e até mesmo contradições.
Pesquisadores da Technical University of Munich confrontaram os entrevistados com perguntas sobre a substituição de postos de trabalho por outras pessoas ou por robôs, e os resultados foram interessantes. Deles, 62% afirmaram que preferiam que trabalhadores humanos fossem trocados por outros humanos, e não por máquinas, o que mostra um senso de proteção da própria espécie entre os humanos.
Entretanto, quando a pergunta dizia respeito a eles próprios, os resultados foram diferentes. Só 37% manifestaram a preferência de serem substituídos por outras pessoas. Uma evidência, segundo os estudiosos, que os humanos se sentem menos ameaçados pelos robôs. Não que eles não reconheçam a superioridade das máquinas em muitas habilidades, muito pelo contrário, justamente por isso.
A pesquisa revela que há um efeito psicológico apaziguador em acreditar que não há como competir com os robôs e algoritmos, programados exatamente para serem mais eficientes que nós, meros e imperfeitos mortais. É menos traumático pensar na perda do emprego para uma máquina que para um profissional mais competente.