A ciência de dados nas escolas pode trazer novas possibilidades para a educação.
São inúmeros os desafios da educação brasileira: estrutura física inadequada, professores despreparados, processos internos burocráticos, sistemas educacionais arcaicos, crianças e jovens desestimulados, entre outros. Ao mesmo tempo, não faltam informações sobre o sistema. A Educação há décadas coleta e armazena dados sobre si mesma. Ferramentas e técnicas da ciência de dados têm muito a contribuir para melhorar a capacidade das pessoas de pensar, resolver e aprender, oferecendo tecnologias capazes de encontrar soluções para esses problemas.
A educação é um domínio particularmente adequado para a Data Science. Os dados educacionais são extensos e abrangem: registros escolares do ensino fundamental e médio; arquivos digitais de matérias e anotações; respostas dos alunos a testes e provas, e caso seja adequado, ela também pode abordar a interação em sala de aula, através de gravações de vídeo e voz, seria possível captar como o gerenciamento e a instrução em sala de aula são feitos, além da resposta dos alunos.
O tema está em discussão no 2º Desafios de Dados, um evento nos moldes Datathon em que uma equipe se inscreve e busca soluções em Data Science para problemas específicos. Na edição de 2019 a pauta é Educação Pública no Brasil. A edição que deu origem ao evento tratou da questão da saúde, tema que abordamos em nosso último texto no blog
Muitas das equipes inscritas fazem parte de Edtechs, um acrônimo das palavras Education e Technology. São startups que se diferenciam das outras por duas características
O uso de alguma forma da tecnologia, que significa a aplicação sistemática de conhecimento científico para tarefas práticas.
A tecnologia como facilitadora de processos de aprendizagem e aprimoramento dos sistemas educacionais, gerando efetividade e eficácia.
Estas empresas desenvolvem soluções tecnológicas para a oferta de serviços relacionados à educação, como plataformas de ensino, cursos online, jogos educativos, sistemas de gestão de aprendizado, entre outros.
No Brasil, de acordo com um mapeamento do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), em parceria com a Associação Brasileira de Startups (Abstartup), 73% dos estados brasileiros têm ao menos 3 edtechs. São Paulo concentra 43% delas, seguido por Minas Gerais, com 11% e Rio de Janeiro com 10%.
As startups criam alternativas para tornar o ensino e a aprendizagem mais eficientes, fazendo os usuários aprenderem mais rapidamente, com maior retenção de conteúdo. Com o treinamento adequado, educadores poderiam realizar tarefas de visualização, redução, descrição e previsão de dados, para que possam entender os sistemas educacionais, seus problemas e possíveis soluções, além de desenvolver uma compreensão mais profunda e formas de soluções empiricamente estabelecidas.
Todas essas novas fontes de dados estão repletas de informações sobre comunicação, relações e perfis comportamentais. Todas essas informações podem ser extraídas e analisadas para entender e resolver problemas educacionais persistentes.
A Data Science poderia trabalhar em cima de diversas questões como: atrito do aluno e evasão escolar; frequência do aluno; detenções; encaminhamentos; atrasos na aprendizagem; falha na progressão; preconceito; etc. Não podemos dizer que a internet afastou os mais jovens do conhecimento, porque nunca tivemos tanta facilidade de acesso e contato com informação.