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O que alunos e professores devem saber sobre segurança digital

14/02/2020 Posted by Pessoas, Tecnologia, Tendências 0 thoughts on “O que alunos e professores devem saber sobre segurança digital”

Cada vez mais presente nas escolas, internet é uma ferramenta extraordinária, mas traz riscos.

 

Embora lenta, a adoção de novas tecnologias de ensino pelas escolas da rede pública e privada do Brasil avançou na última década. Mais de 90% das escolas públicas contam com acesso à internet, embora nem sempre disponibilizado aos alunos. Os dados são do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação. As escolas privadas estão na frente e, apesar de que apenas 47% tenham laboratórios, a maioria faz uso efetivo dos sistemas disponíveis.

A infraestrutura de acesso ao computador e à internet são apenas um passo e, ao redor do mundo, estão em andamento centenas de experiências de aplicação nas salas de aula das novas tecnologias de comunicação e informação. Mais e mais a relação entre professores e alunos é mediada pela rede. E, portanto, está sujeita a problemas que vão de simples mau uso (mas com efeitos devastadores) à ataques de cibercriminosos. Entre os riscos mais conhecidos estão:

  • Wi-fi não-seguro: Muitas redes disponibilizadas em escolas são tão vulneráveis como redes públicas de cafés, aeroportos ou praças. Algumas utilizam tecnologia pré autenticação PSK, facilitando o acesso de pessoas não-autorizadas a qualquer dispositivo conectado à rede.
  • Práticas obsoletas de proteção: A segurança digital das instituições de ensino é tão forte como seu elo mais fraco. Um simples software não atualizado pode permitir a invasão de um computador e, por ele, cibercriminosos acessam o restante da rede.

Nos Estados Unidos, o FBI divulgou uma lista de ações a serem seguidas pelos responsáveis pelas escolas, pais e estudantes. As instituições devem, como primeira ação, identificar quais informações estão em sua posse, hierarquizando o que é estratégico e sigiloso, como os dados pessoais dos alunos, assim como suas notas, por exemplo. Além de alinhadas com as regras da Lei Geral de Proteção de Dados, as práticas de segurança devem ser constantemente reavaliadas.  Atividades suspeitas devem ser monitoradas e as contra-ações decididas previamente, com a elaboração de um plano de respostas a incidentes.

Os pais devem participar das ações de proteção, afirma a especialista Emily Kowalsky. Ela reforça a importância de efetivamente verificar se o celular ou notebook do filho está atualizado e com sistemas ativos de proteção (firewalls e antivírus). Mesmo jovens, os alunos devem saber reconhecer um ataque de phishing, por exemplo, ou uma rede não segura. Um pai deve ter acesso às senhas dos filhos menores e consultar o histórico de navegação com frequência.

O compartilhamento de informações pessoais no ambiente escolar é um risco efetivo e muitas escolas desenvolvem campanhas de prevenção. A foto ou comentário compartilhada em privado com o colega vira um caso de grande repercussão ao vazar para o grupo de colegas. O mesmo vale para professores.

A internet é uma extraordinária ferramenta de aprendizagem, divertimento, lazer e interação, mas esconde seus perigos, em casa, no trabalho, e com certeza na escola. Vale ficar atento.

Ensinando e aprendendo com dados

26/09/2019 Posted by Data Science, Negócios, Pessoas 0 thoughts on “Ensinando e aprendendo com dados”

A ciência de dados nas escolas pode trazer novas possibilidades para a educação.

São inúmeros os desafios da educação brasileira: estrutura física inadequada, professores despreparados, processos internos burocráticos, sistemas educacionais arcaicos, crianças e jovens desestimulados, entre outros. Ao mesmo tempo, não faltam informações sobre o sistema. A Educação há décadas coleta e armazena dados sobre si mesma. Ferramentas e técnicas da ciência de dados têm muito a contribuir para melhorar a capacidade das pessoas de pensar, resolver e aprender, oferecendo tecnologias capazes de encontrar soluções para esses problemas.

A educação é um domínio particularmente adequado para a Data Science. Os dados educacionais são extensos e abrangem: registros escolares do ensino fundamental e médio; arquivos digitais de matérias e anotações; respostas dos alunos a testes e provas, e caso seja adequado, ela também pode abordar a interação em sala de aula, através de gravações de vídeo e voz, seria possível captar como o gerenciamento e a instrução em sala de aula são feitos, além da resposta dos alunos.

O tema está em discussão no 2º Desafios de Dados, um evento nos moldes Datathon em que uma equipe se inscreve e busca soluções em Data Science para problemas específicos. Na edição de 2019 a pauta é Educação Pública no Brasil. A edição que deu origem ao evento tratou da questão da saúde, tema que abordamos em nosso último texto no blog

Muitas das equipes inscritas fazem parte de Edtechs, um acrônimo das palavras Education e Technology. São startups que se diferenciam das outras por duas características

O uso de alguma forma da tecnologia, que significa a aplicação sistemática de conhecimento científico para tarefas práticas.

A tecnologia como facilitadora de processos de aprendizagem e aprimoramento dos sistemas educacionais, gerando efetividade e eficácia.

Estas empresas desenvolvem soluções tecnológicas para a oferta de serviços relacionados à educação, como plataformas de ensino, cursos online, jogos educativos, sistemas de gestão de aprendizado, entre outros.

No Brasil, de acordo com um mapeamento do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), em parceria com a Associação Brasileira de Startups (Abstartup), 73% dos estados brasileiros têm ao menos 3 edtechs. São Paulo concentra 43% delas, seguido por Minas Gerais, com 11% e Rio de Janeiro com 10%.

As startups criam alternativas para tornar o ensino e a aprendizagem mais eficientes, fazendo os usuários aprenderem mais rapidamente, com maior retenção de conteúdo. Com o treinamento adequado, educadores poderiam realizar tarefas de visualização, redução, descrição e previsão de dados, para que possam entender os sistemas educacionais, seus problemas e possíveis soluções, além de desenvolver uma compreensão mais profunda e formas de soluções empiricamente estabelecidas.

Todas essas novas fontes de dados estão repletas de informações sobre comunicação, relações e perfis comportamentais.  Todas essas informações podem ser extraídas e analisadas para entender e resolver problemas educacionais persistentes.

A Data Science poderia trabalhar em cima de diversas questões como: atrito do aluno e evasão escolar; frequência do aluno; detenções; encaminhamentos; atrasos na aprendizagem; falha na progressão; preconceito; etc. Não podemos dizer que a internet afastou os mais jovens do conhecimento, porque nunca tivemos tanta facilidade de acesso e contato com informação.

Universidade high-tech

24/05/2019 Posted by Tecnologia, Tendências 0 thoughts on “Universidade high-tech”

Conheça algumas tendências de impacto da tecnologia na educação superior.

As universidades são importantes espaços para o avanço científico, desde o período medieval. Compartilhada por estudantes, professores e pesquisadores, os campi tornaram-se não apenas local de inovação, mas também objetos de estudo e aplicação de novas tecnologias. Muitas com grande potencial de impacto no ensino superior, fazendo com que a academia se beneficie de algo que ajudou a desenvolver, conforme aponta o Gartner Inc.. O estudo apresenta uma série de inovações e sua incorporação vale como diferencial competitivo para instituições privadas e para a excelência de centros públicos. Não por acaso, as edtechs estão em ascensão, com o chegada ao mercado de novas empresas e soluções em educação.

Conheça quatro inovações das universidades high-techs:

• Plataformas híbridas de integração são um exemplo já em uso e em franco desenvolvimento. Esses sistemas mesclam ferramentas na nuvem e armazenadas localmente para a gestão do relacionamento com os alunos e de seu aprendizado. A partir dessas plataformas e dos dados que coletam e armazenam – uma espécie de CRM da vida acadêmica – é possível traçar uma visão em 360 graus da universidade e do aluno, constituindo um rico panorama desse contexto.

Torna-se possível, também, colocar em jogo práticas de análise preditiva, que reconhece nos dados históricos padrões e resultados prováveis, utilizando-se de ferramentas de estatística ou machine learning. A ideia é estimar a demanda por determinado curso, mensurar materiais e insumos necessários para as atividades acadêmicas, antever tendências de reprovação, trancamento de matrícula, evasão, entre outros.

A chamada Nudge Tech é outra aliada. Tecnologias de nuvem, móveis, sociais e de dados são utilizadas para criar interação personalizada e rápida com os alunos, professores e outros colaboradores. Nudge pode ser traduzido por “cutucar”, e indica a intenção por trás do uso desse conjunto de tecnologias para impactar o comportamento do usuário, como por exemplo ajudar no controle de momentos de estudo e lazer, promover comunicação em tempo real, encaminhar lembretes, etc.

Frentes mais incipientes, mas bastante promissoras, envolvem a Internet das Coisas (IoT) no desenvolvimento de um conceito de Campus Inteligente, quer seja físico ou digital, no qual os membros da comunidade acadêmica têm experiências imersivas e automatizadas, potencializando o aprendizado. Realidade virtual, realidade aumentada e soluções robóticas aparecem como aliados.

Todo esse contexto envolvendo sistemas, algoritmos e dados levanta, como não poderia de ser, questões relacionadas à segurança e ao gerenciamento de risco. Junto dos avanços que estão sendo ou prometem ser implementados nas instituições superiores, é preciso atentar para a conformidade com os padrões regulatórios em vigor e garantir a privacidade e confiabilidade aos envolvidos.