Posts tagged "Blockchain"

Blockchain é uma moda passageira?

11/10/2019 Posted by Data Science, Negócios, Tecnologia, Tendências 0 thoughts on “Blockchain é uma moda passageira?”

Tecnologia que sustenta as criptomoedas enfrenta os desafios da operacionalização.

 

Responsável por toda a onda em torno das criptomoedas, a tecnologia blockchain é (ou era) uma das mais promissoras em desenvolvimento nos últimos anos. Mas enfrenta uma crise: “Muitos de seus experimentos permanecem em estado experimental, não permitindo a construção dos esperados novos ecossistemas digitais”, afirma Avivah Litan, analista e vice-presidente da Gartner. A empresa, reconhecida por seu estudo de tendências em tecnologia da informação, divulgou esta semana seu já conhecido hype cycle atualizado para o blockchain, e as expectativas não são as melhores.

Enquanto diversas aplicações ligadas ao blockchain ainda estão entrando no “pico das expectativas infladas”, várias já se encaminham para o “fosso das desilusões”. Os dois termos são traduções livres dos estágios do ciclo de vida de uma tecnologia, que vai da concepção (o inonovation trigger) ao platô de produtividade (plateau of productivity).

O “pico das expectativas infladas” (peak of inflated expectations) é o momento em que as tecnologias não estão operacionais, mas muito se fala sobre elas, com pequenos avanços ganhando grande publicidade. Nós mesmos já participamos do hype, aqui. Outro caso é o dos smart contracts. Estes contratos à prova de falsificações permitem negociações entre desconhecidos, mesmo para transações de alto valor, e são simples o suficiente para permitir a eliminação de intermediadores, como advogados, corretores ou cartórios. Sim, um lindo sonho. Mas está tão distante da realidade que nem mesmo frustrados com eles nós estamos.

Não podemos dizer o mesmo de todo um conjunto de ferramentas ligadas às criptomoedas, como as plataformas de negociação e as carteiras virtuais. Estas tecnologias entraram no fosso das desilusões (trough of disilusionment). Os sistemas em funcionamento não entregaram o que prometiam e cada vez mais pessoas percebem que não será tão fácil como se imaginava.

Um dos estudos mais conhecidos sobre as dificuldades enfrentadas pela blockchain é o relatório apresentado pelos pesquisadores da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional, após avaliarem 43 experiências com blockchain. Nas palavras de Christine Murphy:

“Não encontramos nenhuma documentação ou evidência dos resultados. Também não encontramos lições aprendidas ou insights práticos, como costumam estar disponíveis para outras tecnologias em desenvolvimento. Apesar de todo o hype sobre como o Blockchain vai trazer transparência para processos e operações em ambientes de baixa confiança, a indústria em si é opaca.  Por isso, nossa opinião é a de que faltam evidências que embasem as declarações sobre o valor do Blockchain para os potenciais adotantes”.

Para a Gartner, entretanto, a chegada ao fosso das desilusões é apenas um passo necessário antes da assimilação da tecnologia pelo mercado. É o momento em que as apostas erradas são fechadas e os desenvolvedores efetivamente identificam o que funciona e o que não funciona. O relatório prevê que, em 2023, as plataformas serão escaláveis e interoperáveis, abrindo caminho para a disseminação de ferramentas em grande escala, a partir de 2028.

Confiança à venda no supermercado

07/01/2019 Posted by Tecnologia, Tendências 0 thoughts on “Confiança à venda no supermercado”

Blockchain pode transformar o setor de alimentos, oferecendo segurança e transparência nas transações.

A tecnologia blockchain cresceu com seu uso atrelado às criptomoedas, em especial a Bitcoin, como já falamos aqui no blog.

Sua capacidade de garantir transparência e inviolabilidade incentivaram as pesquisas em novas aplicações e uma das mais recentes é o uso na cadeia alimentícia.

Assim como bancos, seguradoras e outras organizações cuja capacidade de oferecer segurança é a base do relacionamento, também o setor de alimentos, do produtor às gôndolas dos supermercados, está de olho em sistemas baseados em blockchain. A tecnologia pode transformar toda a indústria da alimentação, ao aumentar a governança e colaboração entre os participantes.

Olhem alguns dos exemplos que vimos:

  • Clientes podem rastrear a origem de suas verduras em segundos, por meio de aplicativos capazes de ler o código de barras (ou QR Code), encontrando o fazendeiro, local e data de específica de produção.
  • Compradores podem identificar a cadeia de distribuição e logística envolvida nas operações de importação, reduzindo fraudes e garantindo a qualidade do produto. Aquele café da Etiópia? O pistache do Irã? A manteiga holandesa? Redes terão acesso ao caminho do país de origem à prateleira, identificando navios, portos e galpões de armazenamento.
  • Pequenos produtores terão a capacidade de associar a seus vinhos, queijos e maçãs as informações detalhadas do processo de produção, do fertilizante utilizado ao descarte das embalagens, passando pelas condições de trabalho e clima.

Não é possível determinar com certeza, no atual estado, se o blockchain será capaz de entregar todas as expectativas depositadas na tecnologia. Sua expansão enfrenta desafios que vão do frágil arcabouço legal e fiscal ao consumo exagerado de energia. É, entretanto, a aposta em andamento. Redes americanas já usam o sistema, e as agritechs estão em alta.

A segurança é sua maior qualidade. Por meio de uma rede de blocos de dados, encadeados por códigos criptografados como em uma corrente, as informações sobre as transações em Bitcoin ficam disponibilizadas para todos os usuários, garantindo a transparência e inviolabilidade da cadeia. A rede Blockchain abriga também outros tipos de informação – embora os dados da Bitcoin ocupem hoje sua maior parte –, e, em um futuro próximo, ela seja usada de forma estratégica para uma série de outras aplicações.

2018: o ano da transformação digital (por enquanto)

20/12/2018 Posted by Data Science, Tecnologia, Tendências 0 thoughts on “2018: o ano da transformação digital (por enquanto)”

Big Data, Inteligência Artificial e Machine Learning permanecem em alta.

O ano de 2018 marcou um novo patamar no desenvolvimento das tecnologias e da ciência de dados, em se tratando de Big Data, Inteligência Artificial (IA), Machine Learning e outras vertentes. Com funcionalidades mais eficientes e, consequentemente, mais difundidas mundo afora, podemos dizer que este foi – ao menos até que 2019 termine e assuma o posto – o ano da “transformação digital”. Várias das mais tradicionais companhias seguiram neste caminho, sejam elas desenvolvedoras de soluções do gênero, sejam meras usuárias.

Em IA, alguns avanços vieram a olhos vistos, literalmente. Para citar um exemplo, houve grandes melhorias nas Generative Adversarial Networks, redes neurais capazes de gerar, por meio de algoritmos, fotografias com algum nível de verossimilhança. Nos testes os observadores ainda conseguem com certa facilidade distinguir fotos verdadeiras das resultantes do processo artificial, mas a melhoria nos resultados é perceptível.

Sistemas de Machine Learning baseados nos princípios computacionais de nosso cérebro, tais como o Recursive Cortical Networks, seguem sendo aprimorados. O software desenvolvido pela empresa norte-americana Vicarious busca interpretar fotos, vídeos e outros dados visuais de forma semelhante a como fazemos nós, humanos. Um de seus principais desafios é alcançar altos níveis de assertividade em testes CAPTCHA – de leitura de caracteres distorcidos, em qualquer contexto.

Mas tamanho avanço na área de IA, sobretudo a partir do desenvolvimento de Deep Learning nos últimos anos, curiosamente faz com que muitos especialistas compartilhem um sentimento de “e agora?”. A base disso está no questionamento, feito por parte de alguns, dos fundamentos e das abordagens desse ramo da ciência. O receio nem é tanto pela ameaça de dominação do mundo pelas máquinas: é que a exagerada hype que o campo vive possa culminar em desapontamento e descrédito. A defesa é que o desenvolvimento continue, mas com aplicações práticas concretas e benéficas para a sociedade.

A reboque da adesão de mais e mais pessoas e organizações à tecnologia, aumentou também o conhecimento por parte do público das possíveis armadilhas que uma vida ultraconectada esconde. Mais pessoas estão cientes dos riscos que a massiva coleta e tráfego de dados pessoais pode oferecer. Casos com ampla repercussão como o da Equifax e da Cambridge Analytica colocaram uma pulga atrás da orelha de muita gente, e seus desdobramentos não param. Notícia recente aponta que o Facebook além de ter colaborado com a consultoria política que ajudou a eleger Donald Trump, também forneceu informações privadas de seus usuários para serviços como a Netflix e o Spotify.

A rede social de Mark Zuckerberg e a Google são detentoras dos dados coletados por suas ferramentas – pelos termos aos quais seus usuários aderem. A disponibilidade dessa matéria prima as coloca em posição privilegiada para identificar perfis, detectar tendências e identificar oportunidades, bem como para desenvolver IA e outras soluções.

Uma tendência que aparece como possibilidade para aumentar a segurança e mesmo permitir que outros players desenvolvam IA é a tecnologia Blockchain. O sistema promete altos níveis de confiabilidade, dando aos usuários mais tranquilidade em fornecer seus dados, que seriam processados de forma completamente anônima e irrastreável. Iniciativas nessa direção cresceram este ano, mas as dúvidas relativas à regulamentação das criptomoedas (intrínsecas ao blockchain) colocaram a tecnologia em modo de espera.

A capilarização da tecnologia nos âmbitos pessoais e profissionais amplia as funcionalidades oferecidas, mas sob o risco de abusos e crimes. Esta percepção das responsabilidades e riscos atrelados aos novos poderes oferecidos pelas tecnologias foi também crescente ao longo do ano e, assim como a transformação digital, promete crescer ainda mais em 2019. 

3 termos quentes das novas tecnologias

24/09/2018 Posted by Tecnologia, Tendências 0 thoughts on “3 termos quentes das novas tecnologias”

Acostume-se a ouvi-los e saiba o que querem dizer.

As tecnologias e suas possibilidades dominam o mercado e nossa vida cotidiana. Se estamos conectados com as novas tendências, provavelmente já ouvimos falar das transações em Bitcoin, a rede Blockchain e a prática do Growth Hacking. Entenda melhor:

Bitcoin e Blockchain

Bitcoin é o nome de uma moeda digital, ou “criptomoeda”, inventada em 2009 e amplamente popularizada nos últimos anos. Seus grandes atrativos consistem exatamente no fato de não ser uma moeda física e de as transações ocorrerem online, por meio de computadores ou até mesmo celulares. Mas a maior das vantagens está na segurança oferecida pelo sistema que abriga as Bitcoins, chamado de Blockchain. Por meio de uma rede de blocos de dados, encadeados por códigos criptografados como em uma corrente, as informações sobre as transações em Bitcoin ficam disponibilizadas para todos os usuários, garantindo a transparência e inviolabilidade da cadeia. A rede Blockchain abriga também outros tipos de informação – embora os dados da Bitcoin ocupem hoje sua maior parte –, e há quem acredite que, em um futuro próximo, ela seja usada de forma estratégica para uma série de outras aplicações.

Growth Hacking

O verbo “hackear” se refere a uma série de atividades muito úteis e importantes, diferentemente da acepção mais conhecida do termo, fortemente associada aos crimes cibernéticos. Um hacker vasculha a estrutura e o funcionamento de algum equipamento ou software para compreendê-lo e encontrar possíveis brechas ou falhas. Quando falamos da prática de Growth Hacking, estamos nos referindo a um profissional que busca oportunidades de crescimento de um negócio por meio da elaboração de estratégias e testes. Sean Ellis, responsável por cunhar a expressão, a define como o marketing orientado por experimentos, com o foco na obtenção de resultados rápidos. O Growth Hacker se vale de criatividade e inovação, utilizando meios acessíveis e de baixo custo para promover suas análises e influenciar no crescimento de um empreendimento.