Entidade norte-americana publica relatório com panorama da interface entre IA e medicina.
A National Academy of Medicine (NAM), entidade que reúne profissionais e estudiosos de medicina dos Estados Unidos, publicou em dezembro um relatório com informações sobre o cenário atual da interface entre o campo da saúde e as ferramentas e aplicações de Inteligência Artificial.
A publicação “Artificial Intelligence in Health Care: The Hope, the Hype, the Promise, the Peril” tem entre seus co-editores Michael Matheny, do Centro Médico da Universidade Vanderbilt. Ele comenta:
“É fundamental que a comunidade de assistência médica aprenda com os sucessos, mas também com os desafios e as falhas recentes no uso dessas ferramentas. Decidimos catalogar exemplos importantes na IA de assistência médica, destacar as melhores práticas em torno do desenvolvimento e implementação da IA e oferecer pontos-chave que precisam ser discutidos para que se chegue a um consenso sobre como abordá-los como comunidade e sociedade”.
O relatório aborda, entre vários tópicos, soluções em IA atuais e que estarão disponíveis no curto prazo, elenca desafios, limitações e práticas recomendadas para desenvolver, adotar e manter funcionalidades de IA, traça um panorama do cenário legal e regulatório dessas ferramentas para o uso em serviços de saúde, destaca a necessidade de uma visão plural e igualitária e um viés de direitos humanos na programação desses sistemas e aponta caminhos para o avanço na área.
Algumas práticas vêm demonstrando resultados bastante positivos e têm se disseminado em hospitais e centros de pesquisa, como já abordamos em outro artigo. Por outro lado, também têm sido discutida, entre outros dilemas e questões, a ocorrência de vieses preconceituosos nos algoritmos, a chamada “discriminação algorítmica”, assunto do qual também já falamos por aqui.
A expectativa de Matheny e dos demais colaboradores do trabalho é que ele possa contribuir para o diálogo sobre a inclusão e tratamento justo dos pacientes com o auxílio da IA. Como resume a NAM, em comunicado oficial: “A IA tem potencial para revolucionar os cuidados de saúde. No entanto, à medida que avançamos juntos para um futuro apoiado pela tecnologia, devemos garantir altos padrões de qualidade dos dados, que a equidade e a inclusividade sempre sejam priorizadas, que novas as tecnologias sejam apoiadas por educação e treinamento apropriados e adequados, e que todas as tecnologias sejam adequadamente regulamentadas e embasadas por legislação específica e adaptada”.
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(Crédito da imagem: EVG Photos)