Cada vez mais presente nas escolas, internet é uma ferramenta extraordinária, mas traz riscos.
Embora lenta, a adoção de novas tecnologias de ensino pelas escolas da rede pública e privada do Brasil avançou na última década. Mais de 90% das escolas públicas contam com acesso à internet, embora nem sempre disponibilizado aos alunos. Os dados são do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação. As escolas privadas estão na frente e, apesar de que apenas 47% tenham laboratórios, a maioria faz uso efetivo dos sistemas disponíveis.
A infraestrutura de acesso ao computador e à internet são apenas um passo e, ao redor do mundo, estão em andamento centenas de experiências de aplicação nas salas de aula das novas tecnologias de comunicação e informação. Mais e mais a relação entre professores e alunos é mediada pela rede. E, portanto, está sujeita a problemas que vão de simples mau uso (mas com efeitos devastadores) à ataques de cibercriminosos. Entre os riscos mais conhecidos estão:
- Wi-fi não-seguro: Muitas redes disponibilizadas em escolas são tão vulneráveis como redes públicas de cafés, aeroportos ou praças. Algumas utilizam tecnologia pré autenticação PSK, facilitando o acesso de pessoas não-autorizadas a qualquer dispositivo conectado à rede.
- Práticas obsoletas de proteção: A segurança digital das instituições de ensino é tão forte como seu elo mais fraco. Um simples software não atualizado pode permitir a invasão de um computador e, por ele, cibercriminosos acessam o restante da rede.
Nos Estados Unidos, o FBI divulgou uma lista de ações a serem seguidas pelos responsáveis pelas escolas, pais e estudantes. As instituições devem, como primeira ação, identificar quais informações estão em sua posse, hierarquizando o que é estratégico e sigiloso, como os dados pessoais dos alunos, assim como suas notas, por exemplo. Além de alinhadas com as regras da Lei Geral de Proteção de Dados, as práticas de segurança devem ser constantemente reavaliadas. Atividades suspeitas devem ser monitoradas e as contra-ações decididas previamente, com a elaboração de um plano de respostas a incidentes.
Os pais devem participar das ações de proteção, afirma a especialista Emily Kowalsky. Ela reforça a importância de efetivamente verificar se o celular ou notebook do filho está atualizado e com sistemas ativos de proteção (firewalls e antivírus). Mesmo jovens, os alunos devem saber reconhecer um ataque de phishing, por exemplo, ou uma rede não segura. Um pai deve ter acesso às senhas dos filhos menores e consultar o histórico de navegação com frequência.
O compartilhamento de informações pessoais no ambiente escolar é um risco efetivo e muitas escolas desenvolvem campanhas de prevenção. A foto ou comentário compartilhada em privado com o colega vira um caso de grande repercussão ao vazar para o grupo de colegas. O mesmo vale para professores.
A internet é uma extraordinária ferramenta de aprendizagem, divertimento, lazer e interação, mas esconde seus perigos, em casa, no trabalho, e com certeza na escola. Vale ficar atento.