A ideia de que a resistência aos impactos externos é a melhor característica para empresas e líderes está caindo por terra. Aproveitar-se do caos é o novo caminho para crescer.
Desde que o mundo é mundo a fragilidade é, o mais das vezes, uma característica que ameaça a integridade de um objeto ou a sobrevivência de um indivíduo. Aquilo que se rompe, quebra ou deforma com facilidade, ou aquele que não resiste aos impactos de um agente externo, geralmente está em desvantagem. Onde impera a lei do mais forte, a fragilidade é uma condenação ao fracasso.
O que vale para objetos e indivíduos, vale também para os negócios. É consenso que um empreendimento frágil, sobretudo na selva de um mercado dinâmico e competitivo como o dos dias de hoje, tem bem menos chances de prosperar. Da mesma forma que é corrente há décadas a opinião de que a característica desejável é a resiliência, ou seja, a capacidade de resistir às pressões e ao inesperado sem sofrer alteração.
O escritor libanês Nassim Nicholas Taleb subverte essa lógica ao publicar, em 2012, o livro “Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos”. Nele, Taleb propõe o neologismo que dá nome ao livro como a característica daquilo que não somente resiste aos eventos adversos, mas evolui a partir deles. Para ele, entender a resiliência como o oposto de fragilidade é o mesmo que dizer que o contrário de negativo é neutro.
A natureza nos dá exemplos de antifragilidade. Nosso sistema imunológico combate uma contaminação criando anticorpos para neutralizar o vetor que a causou e é capaz de estabelecer barreiras para futuros ataques. Em outras palavras, torna-se melhor a partir de uma ameaça. Uma grande floresta naturalmente sofre pequenas queimadas, essenciais para eliminar material inflamável que, se acumulado, causaria um grande incêndio. Portanto, aproveitam-se de um pequeno revés para evitar uma tragédia.
A antifragilidade é, para o autor, uma característica essencial para empresas e líderes, pois permite sua sobrevivência competitiva e estimula seu desenvolvimento. Segundo ele, o sucesso hoje passa, necessariamente, pela adoção de uma postura antifrágil.
Só quem vive ou sente na própria carne saberá entender… e, infelizmente, só acredita nesta realidade após passar pela situação.. Parabéns! Adorei!