Empresas asseguram recursos para investimento em IoT, mas cobram resultados rápidos.
A Internet das Coisas (IoT, da sigla em inglês Internet of Things) promete revoluções comparáveis às decorrentes da eletricidade e telefonia celular. O mercado já aposta pesado no novo conceito: 85% dos gestores de grandes empresas reservaram parte do orçamento para investir em projetos envolvendo IoT. O número é um dos mais relevantes do mais recente estudo Global IoT Decision-Maker Survey, 2019: First Look, divulgado este mês pela Internacional Data Corporation (IDC). O objetivo é aumentar a produtividade, reduzir os custos e melhorar a qualidade dos produtos e serviços oferecidos.
O estudo da IDC entrevistou mais de 5 mil diretores e presidentes de companhias de médio a grande porte de 29 países. Com foco na identificação das tendências de investimento e no perfil dos investidores, o levantamento confirma que o orçamento permanece nas mãos da área de TI – uma estratégia criticada por analistas com foco em transformação digital –, e não dispersa pela empresa. E que os investidores têm apostado cada vez mais em métricas de avaliação ao determinar a alocação dos recursos. Os principais indicadores de performance (ou KPY, da sigla em inglês key performance indicators) adotados são:
- Eficiência operacional.
- Ganho de produtividade.
- Redução de custos.
A aplicação constante das KPY foi expresso em outro resultado divulgado pelo estudo: a rapidez na avaliação do sucesso das iniciativas. Mais da metade dos projetos foram considerados malsucedidos em questão de meses, sendo encerrados e substituídos por outros. Fail fast, learn faster é um lema em alta no setor.
Em desenvolvimento desde a década passada, a IoT é um sistema interligado de dispositivos – mecânicos ou digitais – identificados individualmente e com a capacidade de trocar informações em rede, sem intervenção humana. Já falamos do seu impacto na segurança aqui e de sua relação com a Indústria 4.0 aqui, além de sua interdependência com o 5G neste post. A Internet das Coisas pode impactar desde a vida pessoal à produção nas grandes indústrias, os sistemas de segurança, às áreas da saúde e da educação, entre outras inúmeras possibilidades.
Dezenas de aplicações já estão em uso. Carros autônomos, capacetes com projeção de informações no visor, sistemas integrados de iluminação e temperatura de residências, tudo isso é realidade. Um exemplo já conhecido: A geladeira que detecta que determinado alimento acabou e efetua a compra online no supermercado.
Novos usos virão, muito mais avançados. Desenvolvê-los é um desafio. O acesso a profissionais qualificados para o desenvolvimento das máquinas e programas baseados em IoT pulou para a terceira posição na lista de preocupações dos gestores, atrás apenas dos custos com a implantação e a segurança dos projetos, segundo o mesmo estudo.