O uso do celular no trabalho pode não ser um problema para a nova geração.
A convivência nos leva a acreditar na incrível habilidade das gerações mais jovens em lidar com as novas tecnologias e na sua capacidade de absorver o frenético fluxo de informação e estímulos. Uma pesquisa do Colégio Charles E. Smith de Ciência, da Florida Atlantic University, explorou esta premissa com rigor científico, e os resultados não surpreenderam.
O estudo, cujos resultados foram publicados na revista Applied Neuropsychology: Adult, observou estudantes universitários da segunda geração dos Millennials, aqueles que nasceram após os anos 2000, em um mundo já conectado pela internet. Ao todo, 177 participantes compuseram os três grupos, em um ambiente simulado de trabalho. Um deles era submetido a interrupções de TI, usando seus smartphones e redes sociais normalmente, outro ficou privado desse uso e um terceiro serviu como grupo de controle.
A observação conseguia avaliar e comparar a precisão e o tempo de resposta dos envolvidos ao executar e concluir tarefas, avaliando seus níveis de ansiedade. Um dos resultados mostrou que o grupo que utilizou da tecnologia não teve seu desempenho reduzido em comparação com o que não sofreu interrupções tecnológicas no trabalho. Ao contrário: curiosamente, o segundo grupo teve eficácia ligeiramente menor que o primeiro.
Nos três grupos os relatos de ansiedade foram em níveis baixos. Três em cada quatro estudantes se disseram “nem um pouco ansiosos” ou “um pouco ansiosos”. Não houve diferenças significativas entre os grupos. A pesquisadora sênior do projeto, Mónica Rosselli, comentou os resultados:
“Ficamos realmente surpresos ao encontrar desempenho prejudicado no grupo que não recebeu nenhuma interrupção na tecnologia da informação. Parece que a ‘Geração Net’ se esforça para mudar sua atenção e pode fazê-lo de forma mais eficiente porque a tecnologia da informação é tecida ao longo de suas vidas diárias”
Pesquisas anteriores, envolvendo pessoas de várias idades, já haviam apontado que são necessários cerca de 25 minutos após uma interrupção de TI para retomar uma atividade e que, dentre esses casos, 41% das interrupções resultam na paralisação total da tarefa. Ao que parece e, pelo que mostrou a pesquisa, os “New Millennials” não sofrem desse mal.