Inteligência artificial desponta como recurso estratégico das áreas de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas.
As ferramentas de Inteligência Artificial (IA) têm demonstrado capacidades de identificar padrões de comportamento e preferências, traçar perfis e estabelecer projeções das mais variadas. Essas possibilidades vêm sendo, dia após dia, mais frequentemente incorporadas aos ambientes organizacionais, como forma de otimizar processos e alavancar resultados.
Uma das inserções que vem ganhando destaque acontece no setor de recursos humanos ou gestão de pessoas. Segundo pesquisa da consultoria Gartner, 23% das empresas analisadas que têm projetos piloto ou já implementaram funcionalidades de IA, fazem uso da tecnologia no setor de RH e recrutamento.
Quando se fala na aquisição de novos talentos para as organizações, comumente menciona-se a possibilidade de que processos baseados em IA possam contaminar a seleção com preconceitos e discriminação, como já mencionamos em outro artigo. Mas já há um esforço em minimizar essas interferências e não parece haver a intenção de que a seleção venha a ser um dia totalmente automatizada, sem a intervenção humana.
Os recursos de IA são utilizados para análise de mercado, identificação de competências, detecção de habilidades correspondentes, entre outros aspectos, que fundamentam as etapas seguintes de seleção. O uso desse expediente é essencial, por exemplo, em empresas de grande porte, que recebem grande volumes de candidatos e contratam muitos colaboradores, bem como na busca de profissionais especialistas ou de perfis raros e específicos.
A IA também ajuda a vasculhar a comunicação organizacional, por meio de processamento de linguagem e análise textual, para obter insights sobre o clima organizacional, eventuais insatisfações ou fatores desmotivantes. “Como exemplo, ao analisar os comentários compartilhados em uma pesquisa de engajamento de funcionários, uma organização conseguiu descobrir que uma queda no engajamento de um grupo de funcionários se devia a problemas com o uniforme de trabalho – algo que podia ser corrigido direta e facilmente. Isso ajudou a organização a evitar atritos desnecessários, caros e indesejados ”, comenta Helen Poitevin, vice presidente de pesquisa da Gartner.
Outra possibilidade, essa ainda mais incipiente que as demais, é a utilização de assistentes virtuais de RH. Fazendo uso de chatbots e ferramentas semelhantes, as organizações podem fornecer respostas a consultas de colaboradores, gerar insights sobre métricas da área ou conduzir algumas etapas do fluxo de trabalho do setor.
São sinais dos tempos: Se, com o avanço da tecnologia, seu chefe pode ser um algoritmo, saiba que o RH da sua empresa – ou melhor, parte dele – também pode.