Pesquisa revela velocidade cada vez maior de digitação nos celulares, pondo em risco o futuro dos teclados físicos.
Digitamos cada vez mais rápido nos celulares, mas já não somos tão bons assim nos computadores. É o fim dos teclados? A cobertura global das redes de telefonia e a disseminação de aparelhos com capacidade de processamento cada vez maior causaram uma revolução. Muitas tecnologias viveram ciclos acelerados de obsolescência e mesmo interfaces resistentes, como os tradicionais teclados, correm o risco de desaparecer (ou tornarem-se marginais). Sobre o futuro do mouse, já falamos neste blog, aqui.
Os resultados da mais ampla pesquisa já realizada sobre a velocidade de digitação mostram que os usuários de celular estão cada vez mais rápidos. Anna Feit, pesquisadora da ETH Zurich e uma das autoras do estudo, afirma:
“Ficamos impressionados ao ver que pessoas digitando nos celulares atingiram a velocidade média de 38 palavras por minuto, o que é apenas 25% mais lento que nos computadores”.
É claro que os teclados oferecem uma velocidade final superior. No remoto passado analógico, época das máquinas de escrever, cursos ensinavam técnicas avançadas de digitação. O PPM (Palavras Por Minutos) constava em currículos e “digitador” era uma profissão.
Entretanto, esta capacidade torna-se cada vez mais subutilizada, à medida que dependemos mais do celular e menos do computador. No conjunto, a velocidade média de digitação no PC caiu. Como aponta a pesquisadora Anna Feit:
“Embora uma pessoa possa digitar com muita rapidez nos teclados, ultrapassando as 100 PPM, a proporção de pessoas que efetivamente alcança este número está decrescendo”
A velocidade média atual varia entre 35 e 65 PPM nos teclados físicos e é de 38 PPM nos celulares. O estudo, realizado com 37.000 voluntários, foi aplicado online e revelou um efeito geracional. Jovens com idade entre 10 e 19 anos eram em média 10 PPM mais rápidos que adultos na faixa dos 40 anos. “É uma geração que cresceu usando o touchscreen, ao contrário dos mais velhos, que tiveram que se adaptar a diferentes tecnologias ao longo da vida”, afirma Antti Oulasvirta, professor da Universidade Aalto, na Finlândia.
A pesquisa confirmou também o que muitos usuários já sabem: para digitar rápido, use os dois polegares e deixa ligada a função de correção ortográfica automática. Quer saber a quantas anda seu PPM? Clique aqui para fazer um teste.