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Brasil tem quase 50 milhões de desconectados

06/09/2019 Posted by Pessoas, Tecnologia 0 thoughts on “Brasil tem quase 50 milhões de desconectados”

A quantidade de pessoas sem internet no Brasil supera a população de São Paulo.

Em um cotidiano onde o uso da internet é tão recorrente, é necessário fazer um certo esforço para enxergar que há uma parcela consideravelmente alta da população que não tem acesso a essa tecnologia. Enquanto 89% dos usuários de internet acessam a rede todos os dias (ou quase todos), existem aproximadamente 48 milhões de brasileiros que nunca se conectou, cerca de 23% da população total do Brasil.

Essas informações, assim como muitas outras, foram registradas no levantamento TIC Domicílios 2018. A pesquisa, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC), buscou estudar o cenário do acesso e uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no Brasil, e apresentou dados socioeconômicos relevantes sobre o acesso a aparelhos e serviços.

O índice ainda é bastante expressivo, mas a população sem acesso à internet tem diminuído bastante. Em 2014, 39% da população brasileira estava offline. A inclusão digital em muito se deve ao acesso cada vez mais amplo aos smartphones e dos planos acessíveis de internet móvel, já que apenas 67% dos lares brasileiros possuem acesso à rede.

Os dados apresentados pela pesquisa denotam traços da realidade socioeconômica e cultural do país. Por trás do alto índice de pessoas sem acesso à internet existem outras questões como a faixa etária elevada de parte desse grupo e a dificuldade de lidar com a tecnologia, o baixo grau de instrução, o contingente que reside fora dos grandes centros urbanos, a baixa renda familiar e o pertencimento às classes sociais mais pobres. Esse contexto dificulta a utilização da rede por muitos brasileiros, o que acaba gerando ou agravando outros problemas, tais como as dificuldades na obtenção de emprego e a restrição de acesso a serviços públicos, conteúdo educacional, cultura e comunicação.

Enquanto o mercado tecnológico cresce em grandes proporções e se discute cada vez mais sobre esses avanços, o Brasil ainda tem um longo desafio de tentar integrar essa grande parcela da população. Se a tendência é caminharmos para um mundo cada vez mais digital e online, é necessário pensar políticas e estratégias para a integração dessas pessoas, na comunicação, no acesso a serviços, no mercado de trabalho e no consumo como um todo.

Nem discada, nem banda larga: quântica

08/02/2019 Posted by Tecnologia, Tendências 0 thoughts on “Nem discada, nem banda larga: quântica”

Internet quântica, embora ainda incipiente, é promessa de mais segurança e melhor desempenho na rede.

Entre os avanços que prometem elevar a tecnologia a outros patamares está a computação quântica, da qual já falamos neste post. A evolução no conhecimento e na capacidade de lidar com as partículas subatômicas abrem perspectivas muito promissoras, embora ainda distantes.

Além de incrementar a capacidade de armazenamento e processamento de informações, cientistas buscam desenvolver também uma internet quântica. Estudiosos da Universidade de Toronto, no Canadá, desenvolveram um protótipo de um sistema que pode ser a base para essa futura modalidade da rede.

Um dos principais ganhos da internet quântica seria em matéria de segurança, pela sua natureza peculiar de transmissão de dados. Por meio de uma técnica chamada de quantum key distribution (QKD), baseada no fato de que qualquer tentativa de interferência num sistema quântico perturba todo este sistema, seria fácil detectar invasões ou interceptações.

Ainda testada em escala reduzida, a tecnologia se vale dos cabos de fibra óptica para transpor distâncias. Para tal, atualmente é preciso utilizar ao longo do cabeamento os chamados repetidores, equipamentos que devolvem aos impulsos a velocidade e a intensidade perdidas no caminho. Contudo, os repetidores hoje existentes têm vários problemas: são complexos e caros, só operam em temperaturas criogênicas (inferiores a -150 graus Celsius) e ainda apresentam grandes níveis de falha.  

O time comandado pelo professor Hoi-Kwong Lo agora desenvolve outro modelo de repetidores, chamado “all-photonic quantum repeater”. “Como esses repetidores são totalmente ópticos, eles oferecem vantagens que os repetidores tradicionais não oferecem. Por exemplo, esse método pode funcionar à temperatura ambiente”, afirma.

Ao que tudo indica, é um passo importante que nos aproxima de mais uma revolução em nossa vida conectada.

Big data em expansão

17/01/2019 Posted by Data Science, Tendências 0 thoughts on “Big data em expansão”

População na internet cresce para 3.8 bilhões de usuários.

So big data!

Estamos cada vez mais conectados e o volume de dados em circulação no mundo virtual cresceu, mais uma vez, de forma espantosa. Como todos os anos, a Domo divulgou sua pesquisa sobre a geração de conteúdo online.

Em cada minuto de 2018: 3.877 milhões de pesquisas no Google, 49,3 mil fotos publicadas no Instagram, 473 mil tweetadas e 750 mil músicas tocadas no Spotify. Nossa vida é cada vez mais virtual e um dos destaques do ano é o aplicativo de encontros Tinder, com 6,9 mil matches por minuto. Os dados revelam a crescente integração com o mundo real, em casos como os da Amazon, que empacotou 1,1 mil produtos, ou a Uber, com suas 1,3 mil corridas por minuto, no ano passado.

Os números não param de crescer, assim como a população na internet, que atingiu os 3.8 bilhões de pessoas, e são a expressão de uma característica única da rede. Ela é um organismo alimentado por todos nós. Cresce à medida que migramos para o banco online, o streaming de vídeo ou música, o aplicativo para transporte ou compras e consideramos aceitável transferir para as redes sociais virtuais nossas conexões reais.

Os números são estimados, pois a rede é descentralizada e não há controle sobre quem cria o quê, mas são valores extraordinários e inimagináveis poucas décadas atrás. O volume de informação disponível atordoaria os iluministas (não os iluminatti!) do século 18.

Pai da internet critica filha: “Estou decepcionado!”

09/11/2018 Posted by Pessoas, Tendências 0 thoughts on “Pai da internet critica filha: “Estou decepcionado!””

Como uma vida de escândalos e ódio levou à crise na família internet.

O conceito já estava em desenvolvimento, mas Tim Berners-Lee cravou o nome World Wide Web em 1989, enquanto trabalhava no CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear). Um ano depois, foi bem-sucedido na primeira comunicação entre um cliente HTTP e o servidor. Nascia a internet, como a conhecemos hoje.

Aos 63 anos, o atual professor do Massachusetts Institute of Technology e da Universidade de Oxford mostra-se desapontado com o rumo tomado por sua criação. Em entrevista recente à Reuters, afirmou:

“Estou decepcionado com o atual estado da internet. Perdemos o sentido de empoderamento individual e, em certo sentido, acredito que o otimismo se foi”.

A excessiva concentração no setor, os escândalos de venda de dados pessoais e a disseminação do ódio pelas redes sociais são a causa de sua desilusão.

Para a primeira, ele sugere esperar um pouco e ver se algum novo player ameaçará a dupla Facebook/Google em breve. Não ocorrendo, sua sugestão é direta: “não há alternativa a não ser forçar a divisão das companhias”.

Após o escândalo da Cambridge Analytics, outros vieram, como a recente notícia de que um grupo de criminosos pôs à venda um pacote com os dados pessoais de mais de 120 milhões de usuários do Facebook. As esperanças de avanços recaem nas regulamentações recentemente aprovadas, como a reforma deste ano das regras de proteção de dados da União Europeia (RGPD, na sigla em inglês) e a recente Lei Geral de Proteção de Dados, no Brasil, atualmente aguardando regulamentação

Contra o ódio, bem, contra o ódio, só o amor. E leis mais duras.

De que falamos, quando falamos em manipulação?

05/11/2018 Posted by Pessoas, Tecnologia, Tendências 1 thought on “De que falamos, quando falamos em manipulação?”

Redação do Enem discute tema atual e necessário

Somos manipulados pela internet? A questão foi tema da redação do Enem e as discussões ultrapassaram o universo dos vestibulandos. Há anos o assunto está em alta e, durante o recente período eleitoral, tornou-se um dos “trending topics” da vida digital e analógica.

Os gregos já discutiam a manipulação, mas foi a Sociologia a primeira a abordar de forma científica seu significado, no início do séc. 20, e logo depois os pioneiros teóricos da Comunicação transformaram a ideia em um conceito central em análises e estudos, ao longo das décadas do pós-guerra.

A manipulação não é uma violência aberta, física ou moral infligida às pessoas. Seu conceito pressupõe a ausência ou supressão da capacidade crítica do manipulado. É uma forma de exercer influência e poder, mas sem legitimação. Os estímulos permanecem ocultos, criando assim uma falsa consciência, e, a partir dela, a vítima das práticas crê falsamente que tomou uma decisão racional.

As novas Tecnologias da Informação de Comunicação (TICs) trouxeram elementos que não existiam à época das primeiras teorias. Vale lembrar que elas chegaram acompanhadas por uma onda de euforia e expectativa de fortalecimento das individualidades e da liberdade de escolha. Já com décadas de existência (a world wide web é de 1992 e a exploração comercial foi liberada no Brasil em 1995), o cenário é muito mais cinza e não há respostas fáceis ou prontas.

Já discutimos aqui as possibilidades da Inteligência Artificial. Em um mundo movido a dados, a capacidade tecnológica de analisar, processar, filtrar e articular a informação cresce de forma exponencial. Novos mecanismos de controle surgem, mas não parecem ser suficientes para lidar com complexidade do mundo e das pessoas. Entretanto, é a própria complexidade a barreira final a limitar ações voltadas para a manipulação em massa. Um tema não para uma redação, mas para uma enciclopédia.