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#AprendinoEnem: Inteligência Artificial e Big Data caem na prova

05/11/2019 Posted by Pessoas, Tecnologia, Tendências 0 thoughts on “#AprendinoEnem: Inteligência Artificial e Big Data caem na prova”

Tecnologias da Informação e Comunicação foram presença constante nas questões do primeiro dia do Exame.

Quase 4 milhões de pessoas participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste final de semana. As provas são o principal meio de acesso ao ensino superior e uma boa nota é a garantia de vaga nos cursos mais disputados em universidades públicas (e muitas privadas). O conteúdo é vasto, mas o candidato desta última edição aprendeu que vale a pena estar sintonizado com as novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e seu impacto na sociedade.

Das 45 questões da prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, 20% estavam relacionadas de forma direta às TICs. Foram nove questões para quem selecionou o inglês como língua estrangeira e 10 para os optantes pelo espanhol.

Temas muito atuais estiveram presentes na prova, como a Inteligência Artificial. A questão abordava a experiência realizada no Japão com um sistema incumbido de escrever um conto. A resposta correta exigia do candidato o entendimento da diferença entre a estrutura e a criatividade da linguagem humana.

Big Data e análise de dados também marcaram presença na prova, em questão abordando o projeto Data Viva, uma plataforma aberta de visualização de dados sociais e econômicos do Brasil. Para acertar, o candidato deveria entender que a análise de grandes volumes de dados é capaz de oferecer informações estratégicas à sociedade.

A questão mais divertida, e que viralizou após o exame, apresentava uma lista de tipos on-line, classificados por seu perfil de postagem, como o “Turista em tempo integral” (que posta o ano inteiro fotos das férias), a “Mãe orgulhosa demais” (que faz questão de contar todas as gracinhas, até as que só tem graça para ela própria) e o “Baladeiro Vida Louca” (com seu feed de imagens de festas e bebidas). A resposta correta informava que as redes sociais estimulam a exposição exagerada dos indivíduos.

Outras questões abordaram as características da geração que não se lembra como era o mundo antes da internet, a disponibilização de imagens para compartilhamento com licenciamento Creative Commons, o que é software livre e sua contribuição para a sociedade e a exposição de imagens de crianças na rede. Além de um texto que citava um boicote à cantina da escola via twitter, promovida por alunos indignados com o preço do pão de queijo.

Fica a dica para as próximas edição do Enem: Leia o Why!

De que falamos, quando falamos em manipulação?

05/11/2018 Posted by Pessoas, Tecnologia, Tendências 1 thought on “De que falamos, quando falamos em manipulação?”

Redação do Enem discute tema atual e necessário

Somos manipulados pela internet? A questão foi tema da redação do Enem e as discussões ultrapassaram o universo dos vestibulandos. Há anos o assunto está em alta e, durante o recente período eleitoral, tornou-se um dos “trending topics” da vida digital e analógica.

Os gregos já discutiam a manipulação, mas foi a Sociologia a primeira a abordar de forma científica seu significado, no início do séc. 20, e logo depois os pioneiros teóricos da Comunicação transformaram a ideia em um conceito central em análises e estudos, ao longo das décadas do pós-guerra.

A manipulação não é uma violência aberta, física ou moral infligida às pessoas. Seu conceito pressupõe a ausência ou supressão da capacidade crítica do manipulado. É uma forma de exercer influência e poder, mas sem legitimação. Os estímulos permanecem ocultos, criando assim uma falsa consciência, e, a partir dela, a vítima das práticas crê falsamente que tomou uma decisão racional.

As novas Tecnologias da Informação de Comunicação (TICs) trouxeram elementos que não existiam à época das primeiras teorias. Vale lembrar que elas chegaram acompanhadas por uma onda de euforia e expectativa de fortalecimento das individualidades e da liberdade de escolha. Já com décadas de existência (a world wide web é de 1992 e a exploração comercial foi liberada no Brasil em 1995), o cenário é muito mais cinza e não há respostas fáceis ou prontas.

Já discutimos aqui as possibilidades da Inteligência Artificial. Em um mundo movido a dados, a capacidade tecnológica de analisar, processar, filtrar e articular a informação cresce de forma exponencial. Novos mecanismos de controle surgem, mas não parecem ser suficientes para lidar com complexidade do mundo e das pessoas. Entretanto, é a própria complexidade a barreira final a limitar ações voltadas para a manipulação em massa. Um tema não para uma redação, mas para uma enciclopédia.