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Aprendendo a não fazer: uma visão antifrágil

05/08/2019 Posted by Negócios, Tendências 0 thoughts on “Aprendendo a não fazer: uma visão antifrágil”

O segredo das organizações capazes de enfrentar o caos e crescer na desordem.

A desordem faz parte da vida e as empresas sofrem seus efeitos tanto quanto as pessoas. Flutuações do mercado, cenários econômicos turbulentos, eleições surpreendentes e fenômenos imprevisíveis da natureza atingem as organizações com frequência acima do desejável e exigem de seus gestores respostas certeiras. Quantas grandes organizações sucumbiram às mudanças nem tão imprevisíveis assim das últimas décadas? Kodak, Mesbla, Blockbuster, Solomon Brothers… São inúmeras. De algumas falamos aqui.

O ensaísta (e megainvestidor) Nassim Nicholas Taleb não as poupa: fracassaram por serem frágeis. Eram corporações cujo tamanho levou à rigidez. O oposto, para o pensador, não são empresas robustas, embora estas também existam em quantidade, reconhecidas por sua resiliência. Em contraponto às empresas frágeis, Taleb criou o termo antifrágil, apresentado em 2012 (do qual já também já falamos neste artigo) e que, desde então, vem ganhando espaço.

A pressão e a desordem fortalecem as empresas antifrágeis. Grandes organizações não gostam de volatilidade, incerteza e aleatoriedade. Ainda assim, vivemos em um mundo de recorrentes disrupturas.

Taleb infere algumas reflexões para grandes e pequenas:

  • Identifique o que não fazer: no longo prazo, errar menos é mais importante que acertar mais. Tentativa e erro é um método aceitável de aprendizagem, desde que os mesmos erros não sejam cometidos duas vezes. Elimine o que não funciona, troque os maus hábitos por boas metodologias de trabalho;
  • Aprenda com os sobreviventes: em vez de apostar nas tendências da moda, gestores devem investir mais tempo estudando os modelos de boas e velhas companhias, como a IBM, Ford, GE e McDonalds, que demonstraram saber responder aos desafios e crises ao longo das décadas;
  • Não aposte tudo de uma vez: em um mundo VUCA (acrônimo em inglês para Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity, ou seja, Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade), pense primeiro no que poderia dar errado e nas probabilidades de sucesso ou não. Não desafie a realidade, ela é imbatível.

Lembre-se: a natureza é um exemplo de sistema antifrágil. A evolução não funciona em sistemas estáveis e as mutações são necessárias ao avanço das espécies. É num ambiente similar de negócios que empresas prosperam e ganham musculatura ao enfrentar os sempre novos desafios. Startups e seus métodos ágeis já aprenderam e cobiçam o mercado ocupado por gigantes ainda presas em um mundo com foco em gestão de custo ou preço, e não de valores e relacionamento. Não devemos resistir às incertezas, mas usá-la.

As características do líder e da organização antifrágil

22/10/2018 Posted by Negócios, Pessoas, Tendências 0 thoughts on “As características do líder e da organização antifrágil”

Em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo, crescer a partir de situações inesperadas ou falhas é um grande diferencial.

Em 2012 o libanês Nassim Nicholas Taleb cunhou o termo antifrágil, detalhadamente descrito e exemplificado no livro “Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos”. Para Taleb, o oposto de fragilidade não é conceito de resiliência – resistência a ameaças ou forças externas, de modo a permanecer como estava antes –, mas a ideia de antifragilidade. Mais do que sair ileso de uma situação inesperada e negativa, o importante é crescer a partir dela, transformá-la em aprendizado e desenvolvimento. Neste post em nosso blog falamos mais sobre o tema.

Mergulhando sobre o assunto, listamos algumas características dos líderes e organizações antifrágeis:

  • Estar consciente da possibilidade do inesperado é requisito essencial para o antifrágil. Levar isso em conta ao elaborar um planejamento e adotar uma postura tranquila quando algo foge do previsto é indispensável.
  • O antifrágil não evita o caos a todo custo. Blindar-se das mudanças bruscas pode ser uma estratégia segura, mas não é o melhor caminho para o desenvolvimento, seja pessoal ou da organização.
  • O gosto pelo desafio e pela busca de evolução deve ser força motriz do antifrágil, aquilo que o faz encarar o novo não como uma possível ameaça, mas como uma oportunidade de crescimento.
  • Diagnosticar e reconhecer as fragilidades individuais, coletivas e dos processos do negócio é imprescindível, bem como usar dos erros já cometidos como matéria prima para evoluir.
  • Enfrentar com coragem alguns riscos traz aprendizado. Além do mais, lidar com eles enquanto ainda são menores pode evitar que, mais adiante, surja um problema insolúvel.
  • Um líder antifrágil dá e recebe feedbacks constantes de sua equipe. Uma empresa antifrágil está sempre aberta a ouvir o que seu público tem a dizer.
  • Experiências passadas do seu próprio negócio ou de outros líderes e organizações devem inspirar o antifrágil, sem que ele se prenda demais a fórmulas já consagradas ou faça delas uma predição do futuro.
  • Um líder ou uma organização antifrágil aposta na participação na tomada de decisões e no traçado de estratégias. Uma postura top down aumenta os riscos de quem dita as regras e faz dos subordinados atores menos capazes e comprometidos.
  • Acomodação e mesmice estão fora do dicionário. O verdadeiro antifrágil desconfia quando tudo está muito tranquilo ou fácil demais.
  • Dados são matéria prima valiosa para o antifrágil. Enxergar com rigor e riqueza de detalhes o que acontece em uma organização permite estar mais bem preparado para lidar com os acontecimentos imprevisíveis.

Nem frágil, nem resiliente: antifrágil

04/10/2018 Posted by Negócios, Pessoas 2 thoughts on “Nem frágil, nem resiliente: antifrágil”

A ideia de que a resistência aos impactos externos é a melhor característica para empresas e líderes está caindo por terra. Aproveitar-se do caos é o novo caminho para crescer.

Desde que o mundo é mundo a fragilidade é, o mais das vezes, uma característica que ameaça a integridade de um objeto ou a sobrevivência de um indivíduo. Aquilo que se rompe, quebra ou deforma com facilidade, ou aquele que não resiste aos impactos de um agente externo, geralmente está em desvantagem. Onde impera a lei do mais forte, a fragilidade é uma condenação ao fracasso.

O que vale para objetos e indivíduos, vale também para os negócios. É consenso que um empreendimento frágil, sobretudo na selva de um mercado dinâmico e competitivo como o dos dias de hoje, tem bem menos chances de prosperar. Da mesma forma que é corrente há décadas a opinião de que a característica desejável é a resiliência, ou seja, a capacidade de resistir às pressões e ao inesperado sem sofrer alteração.

O escritor libanês Nassim Nicholas Taleb subverte essa lógica ao publicar, em 2012, o livro “Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos”. Nele, Taleb propõe o neologismo que dá nome ao livro como a característica daquilo que não somente resiste aos eventos adversos, mas evolui a partir deles. Para ele, entender a resiliência como o oposto de fragilidade é o mesmo que dizer que o contrário de negativo é neutro.

A natureza nos dá exemplos de antifragilidade. Nosso sistema imunológico combate uma contaminação criando anticorpos para neutralizar o vetor que a causou e é capaz de estabelecer barreiras para futuros ataques. Em outras palavras, torna-se melhor a partir de uma ameaça. Uma grande floresta naturalmente sofre pequenas queimadas, essenciais para eliminar material inflamável que, se acumulado, causaria um grande incêndio. Portanto, aproveitam-se de um pequeno revés para evitar uma tragédia.  

A antifragilidade é, para o autor, uma característica essencial para empresas e líderes, pois permite sua sobrevivência competitiva e estimula seu desenvolvimento. Segundo ele, o sucesso hoje passa, necessariamente, pela adoção de uma postura antifrágil.